Curso sobre Sociologia da desigualdade social e a realidade da juventude brasileira
O CURSO TEM INÍCIO DIA 11/09 AS 18H NA SALA 502 DO EFI
Ministrado pela professora Adriana D’Agostini, o Curso objetiva convidar estudantes e professores do PPGE, das diferentes linhas de pesquisas, de diferentes cursos de licenciatura da UFSC e UDESC e
professores do Ensino Médio para o debate sobre a realidade da juventude
brasileira a luz da sociologia da desigualdade social. A proposta procura
articular os debates e as análises da realidade juvenil e das políticas
educacionais do Ensino Médio que incidem diretamente sobre a juventude
brasileira e tencionar a formação de docentes, para incluir em seus processos
formativos, discussões consideradas imprescindíveis – e que implicam
igualmente todas as linhas de pesquisa do programa e da formação inicial e
continuada – sobre nossos futuros como professores/as e educadores/as, seja
na educação básica ou superior. Trata-se de um curso de extensão aberto para
toda comunidade Universitária e a Rede de Ensino.
Serão cinco encontros presenciais, uma vez por semana, para estudo e debate coletivo sobre
os temas listados. As literaturas básicas obrigatórias estão indicadas abaixo. Cada encontro contará com a participação de um debatedor convidado.
Para além dos cinco encontros de 3h cada, foram reservadas 5h/a
para leitura da bibliografia básica e para outras pesquisas que possibilitem
aprofundamento do debate. Total de horas para o cursista: 20h.
AVALIAÇÃO
Os participantes serão avaliados pela realização das leituras e participação no
curso. INSCRIÇÕES: sistema UFSC. Vagas: 30. Período: set-out/2024.
CRONOGRAMA
1) Fundamentos teóricos da sociologia da desigualdade.
11/9, 18h-21h – apresentação do curso e reconhecimento dos cursistas.
18/9, 18h-21h – fundamentos teóricos da sociologia da desigualdade.
Bibliografia:
PEROCCO, F. (2012). Trasformazioni globali e nuove disuguaglianze: il caso
italiano. Milano: Franco Angeli.
D’Agostini, A. (2024). Relatório de pós-doutorado no exterior: “A reprodução
social de jovens migrantes frente às transformações do mundo do trabalho e
seus processos de escolarização: limites e perspectivas de futuro (Itália)”
2) Desemprego juvenil frente a crise capitalista e o aumento das
desigualdades sociais no Brasil.
25/9, 18h-21h – Dados da realidade sobre a desigualdade no Brasil
Bibliografia:
https://biblioteca.ibge.gov.br/index.php/biblioteca-
catalogo?view=detalhes&id=2102052
https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-
noticias/noticias/40098-censo-2022-taxa-de-analfabetismo-cai-de-9-6-para-7-0-
em-12-anos-mas-desigualdades-persistem
2/10, 18h-21h – Desemprego juvenil e crise capitalista
Bibliografia:
MÉSZÁROS, István. (2009). A crise estrutural do capital. São Paulo: Boitempo.
Titton, M., & D’Agostini, A. (2020). Juventude e pobreza: a educação e as
políticas públicas sob o ideário do Banco Mundial no contexto do aumento das
desigualdades sociais. Perspectiva, 38(3), 1–23. https://doi.org/10.5007/2175-
795X.2020.e61865
https://periodicos.ufsc.br/index.php/perspectiva/article/view/61865
3) A relação trabalho e educação na formação dos jovens.
9/10, 18h-21h –Novo Ensino Médio e a formação dos jovens. Encerramento.
Bibliografia:
Nogara Junior, G., & D’Agostini, A. (2017). O PROGRAMA ENSINO MÉDIO
INOVADOR (PROEMI) NO CONTEXTO DAS POLÍTICAS DO BANCO
MUNDIAL: rumo à formação de trabalhadores de novo tipo? Movimento-
Revista De educação, (6), 329-361.
https://periodicos.uff.br/revistamovimento/article/view/32602
D’AGOSTINI, Adriana. JUNIOR, Gilberto Nogara. MARCASSA, Luciana
Pedrosa. A Reforma do ensino médio: implicações para a escola e a formação
de jovens trabalhadores. IN: DANTAS, Jéferson Silveira. TRICHES, Jocemara.
Dalmagro, Sandra Luciana. (organizadores). A Organização Escolar no
processo formativo das Licenciaturas. São Paulo: Pimenta Cultural, 2020.
250p.
https://www.pimentacultural.com/organizacao-escolar
FAÇA SUA INSCRIÇÃO ATRAVÉS DO LINK:
http://inscricoes.ufsc.br/cursodesigualdadesocialejuventude
CRONOGRAMA DE ENCONTROS GETEFI 2024.2
Venha participar dos encontros do GETEFI às segundas-feiras 18h30min. Basta entrar em contato com a professora Soraya através do email: sorayafconde@gmail.com
O Grupo de Estudos Trabalho, Educação, Feminismo e Infância (GETEFI) funciona como um subgrupo do Núcleo de Estudo sobre as Transformações no Mundo do Trabalho (TMT).
NOTA DE APOIO À PROFESSORA CAROLINA MERENDA PUERTO (EEB Simão Hess – SEE/SC)
As entidades da Universidade Federal de Santa Catarina abaixo subscritas declaram seu
apoio e solidariedade à Professora Carolina Merenda Puerto, professora efetiva de filosofia da EEB
Simão Hess e da EEB Padre Anchieta, ambas escolas da Secretaria Estadual de Educação de Santa
Catarina (SEE/SC), na cidade de Florianópolis. A professora está sendo perseguida, foi afastada do
trabalho e sofre um injusto processo disciplinar por parte da Secretaria de Educação por exercer seu
direito e dever de ensinar. Sobre a docente recai uma falsa acusação de doutrinação ideológica em
uma aula cujo conteúdo era sobre fake news e mudança climática – temáticas urgentes de serem
estudadas pela nossa juventude, além de serem conteúdos previstos na Base Nacional Comum
Curricular (BNCC). Na ocasião de sua aula a professora foi filmada, sem consentimento, ao explicar
aos estudantes como buscar fontes confiáveis e exemplificou, entre outros, o uso por políticos
catarinenses desta estratégia de manipulação e ações da justiça que derrubaram essas notícias falsas.
Ainda que nos envergonhe, não podemos esconder nossa real história!
Sabemos que este é mais um dos casos de perseguição aos profissionais da educação por
influência do movimento escola sem partido, sobre o qual o Supremo Tribunal Federal (STF) já
declarou em 2020 que é inconstitucional. Não aceitamos lei da mordaça na educação! Assim,
repudiamos ataques e desrespeito aos docentes e qualquer tentativa que coloque em risco os
princípios da educação nacional, garantidos no artigo 206 da Constituição Federal de 1988, em especial “[…] II – liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber;
III – pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas […]” no país.
A ação intempestiva e autoritária da SED/SC demonstra, de um lado, sua incoerência e falta
de conhecimento da legislação educacional e, de outro, seus vínculos com os movimentos mais
reacionários do estado e uma prática de desvalorização de seus profissionais da educação. Neste
sentido, solicitamos o bom senso e revisão da sua decisão, sob risco de termos mais prejuízos para
educação catarinense.
Por fim, somos testemunhas e registramos nossa total confiança no trabalho sério,
comprometido e qualificado da Professora Carolina M. Puerto, uma vez que foi docente
substituta na UFSC e é uma parceira de nossa Instituição, colaborando em distintas atividades
formativas, em especial com nossas licenciaturas.
Florianópolis-SC, 27 de junho de 2024.
SUBSCREVEM ESTA NOTA:
Departamento de Estudos Especializados em Educação – EED/CED/UFSC;
Centro Acadêmico de Biologia – CABio/CCB/UFSC;
Centro Acadêmico Livre de Pedagogia – CALPe/CED/UFSC;
Colegiado e NDE do Curso de Pedagogia – CED/UFSC;
Coletivo de Professores do Colégio de Aplicação da UFSC
Coletivo Feminista da Biologia: Mítia Bonita – CCB/UFSC;
Coordenação do Comitê Gestor do Fórum das Licenciaturas – CGFL/UFSC;
Diretório Central dos Estudantes Luís Travassos – DCE/UFSC;
Grupo A Ponte: interligando a educação básica e o ensino superior no Ensino de Ciências e Biologia
– CED/UFSC;
Grupo Casulo: Pesquisa e Educação em Ciências e Biologia – CED/UFSC;
Grupo de Estudos e Pesquisa em Educação, Escola do Campo e Agroecologia – GECA/CED/FSC;
Grupo de Estudos e Pesquisa em Ontologia Crítica – GEPOC/CED/UFSC;
Grupo de Estudos e Pesquisas ALTERITAS: Diferença, Arte e Educação – CED/UFSC;
Grupo de Estudos e Pesquisas em Filosofia, Políticas Educacionais e Educação em Ciências –
FilPEC/CED/UFSC;
Grupo de Estudos sobre Política Educacional e Trabalho – GEPETO/CED/UFSC;
Grupo de Investigação sobre Política Educacional – GIPE-Marx/CED/UFSC;
Grupo de Pesquisa Educação, Pobreza e Desigualdade Social – GPEPDS/ CED/UFSC;
Grupo de Pesquisa Filosofia, Arte e Educação – Grafia/CED/UFSC;
Grupo de Pesquisa HIT. Humanos, informação, tecnologia – CED/UFSC;
Grupo de Pesquisa Mídia-Educação e Comunicação Educacional – COMUNIC/CED/UFSC;
Grupo de Pesquisa em Currículo – Itinera//CED/UFSC;
Grupo Humaniza: Formação Docente e Educação em Ciências Humanizada – CED/UFSC;
GT-Educação do Instituto Memória e Direitos Humanos – IMDH/UFSC;
Laboratório de Psicologia Escolar e Educacional – LAPEE/CFH/UFSC;
Núcleo de Estudos e Pesquisas Educação e Sociedade Contemporânea – CED/UFSC;
Núcleo de Estudos e Pesquisas em Ensino de Geografia – NEPGEO/CFH/UFSC;
Núcleo de Estudos sobre as Transformações no Mundo do Trabalho – TMT/CED/UFSC;
Núcleo de Estudos sobre Gênero e Sexualidade – NÓS/CED/UFSC;
Núcleo de Pesquisa Vida e Cuidado – NUVIC/CED/UFSC;
PET-Pedagogia UFSC;
Programa de Pós-graduação em Educação Científica e Tecnológica – PPGECT/UFSC;
Programa Ecoando Sustentabilidade – CCB/UFSC;
Rede de Pesquisa Currículo e Tecnologia – REPERCUTE/CED/UFSC.
COMUNICADO: Finalização da Greve Docente na UFSC
A Assembleia Permanente de Greve Docente da UFSC, realizada no dia 17 de junho de 2024, deliberou pelo encerramento da greve. Foram 40 dias de greve, com ampla adesão e participação dos professores nas assembleias e atividades de mobilização, acompanhando a greve nacional docente, que reúne 62 Universidades Federais, bem como a greve dos técnico-administrativos e dos servidores federais dos Institutos Federais em âmbito nacional e local e dos estudantes de graduação e pós-graduação da UFSC.
A greve colocou em pauta a educação pública federal, a situação de sucateamento das universidades públicas e a necessidade de recomposição do orçamento, bem como as diferenciações e hierarquias na carreira docente e as perdas salariais, em especial no que diz respeito aos professores aposentados.
As conquistas relativas à pauta que mobilizou a greve, ainda que parciais e limitadas, só foram possíveis com o movimento paredista que pressionou pela abertura da negociação com o governo federal. A recomposição do orçamento das universidades – um dos principais pontos de unificação da greve representa apenas 4% dos 19,3% reivindicados pelo movimento grevista com vistas à recomposição de valores reais do parâmetro orçamentário de 2016. Outras conquistas referem-se ao reajuste salarial dos professores de 12,8% para 2025 e 2026, mantendo reajuste zero em 2024, à elevação dos steps de alguns níveis da carreira de 4% para 5% e a elevação dos valores nos auxílios (alimentação, creche e saúde suplementar), ainda que a bandeira de luta dos docentes em greve seja o reajuste salarial linear, diminuindo as discrepâncias no interior da categoria e entre os professores da ativa e os aposentados. Há ainda que destacar a revogação da Portaria 983/2020, a qual visava aumentar a carga horária média do professor da educação básica, técnica e tecnológica (EBTT), combinada ao controle eletrônico de frequência.
A saída coletiva e organizada da greve indica para a continuidade da mobilização docente, considerando a permanência das pautas locais e nacionais, em especial a recomposição do orçamento de acordo com as reais necessidades das universidades em geral, e da UFSC em particular, entre outras questões relevantes para a defesa da educação pública, gratuita, social e democraticamente referenciada e de qualidade.
Ressaltamos que o retorno às atividades laborais docentes no dia 18 de junho não significa o retorno imediato às aulas, considerando que: há uma greve dos discentes e dos TAES em curso, as quais devem ser respeitadas; há necessidade de discussão sobre o planejamento de retorno nos Cursos, Departamentos, Núcleo de Desenvolvimento Infantil, Colégio de Aplicação, Centros de Ensino e Campi, a partir da particularidade de cada um deles. É preciso que sejam feitos ajustes necessários para a reposição das aulas, o que também deverá ser orientado pela PROGRAD e pelo CUn. O desafio será o de respeitar as particularidades de cada curso/setor e de cada categoria combinado à necessidade de pensar a universidade na sua totalidade, sem fragmentá-la. Para tanto, é fundamental que o início do segundo semestre de 2024 seja unificado.
A Greve Docente da UFSC situou-se numa conjuntura em que as forças reacionárias disputam os rumos da Educação a favor do projeto do capital. Seguramente esta greve docente revelou que há forças em disputa, o que nos exigiu redobrar a luta pela defesa dos direitos da população brasileira, em especial a educação. Construímos a greve com respeito, participação, democracia, garra, resistência e sonhos. Sabemos que esta conjuntura permanece, embora tenhamos avanços e conquistas do movimento grevista. Por isso, ao encerrar a greve, registramos nosso compromisso coletivo com a continuidade das lutas, que serão trilhadas com os mesmos valores democráticos que perfilaram esta que ora se encerra.
Texto elaborado pelo Comando Local de Greve de Docentes da UFSC