ABAIXO-ASSINADO E CARTA DE APOIO À ESCOLA DE EDUCAÇÃO BÁSICA 25 DE MAIO

26/02/2025 13:37

O governo do estado de Santa Catarina está impedindo o funcionamento da histórica Escola de Educação Básica 25 de Maio, situada no Assentamento da Reforma Agrária Vitória da Conquista, em Fraiburgo, ao não recontratar trabalhadores responsáveis por pernoitar na escola (monitor de aluno, orientador de convivência ou coordenador de alojamento). Sem essa contratação não há como receber os estudantes e as estudantes de diversas regiões do país.

A Escola 25 de Maio é pioneira no ensino público em agroecologia da melhor qualidade, atualmente amparada pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional -LDB 9394/96 e demais legislações referentes às especificidades da Educação do Campo, em particular a Pedagogia da Alternância.

Há mais de 35 anos a Escola 25 de Maio é campo de formação de filhos e filhas de famílias agricultoras catarinenses e de outros estados brasileiros; estudantes do Colégio de Aplicação da Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC; universitários de cursos de graduação e pós-graduação; campo de pesquisa e atividades de extensão universitária, vinculadas à UFSC e à UDESC, assim como trabalhos com diversas outras instituições públicas nacionais e internacionais e organizações populares. Esta escola já recebeu prêmios e o reconhecimento nacional e internacional, como por exemplo do CNPq por excelência científica com ética animal e produção agroecológica e o reconhecimento da UNESCO como referência mundial por seu projeto agroecológico, simbolizado no Mosaico Terra é Vida.

Respeitar a trajetória desta escola e seu Projeto Político pedagógico é um dever ético e um dever legal. A contratação de professores e professoras residentes é urgente e necessária. Estamos atentas e atentos e não permitiremos que a história e autonomia da escola sejam violados. Todo nosso apoio à continuidade do importante trabalho educativo que a Escola de 25 de Maio realiza junto às novas gerações.

Florianópolis, fevereiro de 2025.

Assinam esta carta:
Departamento de Esporte, Cultura e Lazer – UFSC
Núcleo de Integração Multicultural, Popular, Esportiva – NIMPE/UFSC
Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária – PRONERA/UFSC
Núcleo de Estudos sobre as Transformações no Mundo do Trabalho – TMT/UFSC
Grupo de Estudos e Pesquisa em Educação, Escolas do Campo e Agroecologia – GECA/UFSC
Laboratório de Educação do Campo e Estudos da Reforma Agrária – LECERA/UFSC
Grupo de estudos e Pesquisas em Ontologia Crítica – GEPOC/UFSC
Grupo de Investigação sobre Política Educacional – GIPE/UFSC
Núcleo de Diversidades, Direitos Humanos e Ações Afirmativas – NUDHA/UDESC
Programa de Extensão Núcleos Comunitários de Cultura – CEART/UDESC
Programa de Extensão Diálogos Recíprocos: Compromisso com as Diversidades – UDESC
Grupo de Pesquisa Imagens Políticas – Poéticas Políticas da Cena Contemporânea – UDESC
Grupo de Pesquisa MusicAR: artisticidade, cultura, educação musical – CEART/UDESC
Grupo de Estudos e Pesquisa sobre a Atividade Pedagógica – GEPAPE/FE/USP
Bloco Africatarina
Turma Chica Pelega – Programa de participação social e educação popular do Território do Contestado
Movimento dos Pequenos Agricultores – MPA
Instituto de Formação Popular Caeté
Associação Cultural Catavento de Ideias
Instituto Transformance: Cultura & Educação
Rede Brasileira de Arteducadores – ABRA
Comitê de Acessibilidade UFSC

ASSINE A PETIÇÃO ATRAVÉS DO LINK: https://peticaopublica.com.br/pview.aspx?pi=BR148526

EGRESSA DO TMT PUBLICA LIVRO SOBRE O IDEÁRIO DEMOCRÁTICO E POPULAR NA EDUCAÇÃO

13/02/2025 16:53

O livro que Emyly Kathyury Kataoka traz a público pela Editora Lutas Anticapital tematiza uma das questões mais delicadas, complexas e pouco discutidas na recente história da educação no Brasil. O fato de que as ideias e concepções sobre democratização da educação, da escola e da gestão escolar expressam e são emanadas das concepções teóricas e políticas do chamado campo democrático e popular possibilitou que as mesmas, ao longo dos anos de 1980 e 1990, penetrassem profundamente na linguagem e nos costumes, tornando-se senso comum. Porém, como senso comum, tais ideias foram também se desgastando na medida em que as forças que as sustentavam transformavam-se substancialmente, afastando-se da luta pelo socialismo e pela transformação radical da sociedade. Assim, palavras de ordem como “escola pública e popular”, “gestão democrática da escola”, “democratização da educação”, entre outras, ficaram tanto mais ubíquas quanto porosas, ainda que quase inquestionáveis, o que permite que sejam defendidas hoje por diferentes sujeitos políticos coletivos que nem sempre estão comprometidos de forma orgânica, moral a intelectualmente, com essas mesmas causas e suas consequências políticas e sociais. O que explica que essas ideias tenham conquistado tamanho consenso e, ao mesmo tempo, sejam hoje tão artificiais, furtivas e ordinárias?
Enquanto desmoronam os direitos sociais historicamente conquistados pelos trabalhadores e as bandeiras e concepções democrático-populares de educação e de escola, construídas em décadas de embates políticos e ideológicos, se veem atacadas e fragilizadas diante do avanço das forças da extrema direita associada ao neoliberalismo mais devastador, propor um inventário crítico desse campo e dessas ideias parece uma irresponsabilidade, um contrassenso ou uma loucura.
Ao contrário disso, no entanto, é com muita lucidez, seriedade e convicção que Emyly levanta esse debate na tentativa de evidenciar que muito do caráter destrutivo das políticas sociais e educacionais hoje levadas à cabo por governos e forças ultraliberais se assentam, entre outras coisas, na falta de autocrítica das experiências estatais dos governos democráticos e populares, nas suas (re)orientações teóricas e políticas, suas opções táticas, alianças, concessões e compromissos.
Trata-se de uma pesquisa relevante e necessária quanto ao polêmico debate que procura enfrentar e que segue muito atual, sobretudo em um contexto de necessária renovação das lideranças políticas, de revisão crítica da ação e organização dos partidos e das opções ético-políticas consideradas de “esquerda”. As organizações dos trabalhadores precisam, sob pena de maiores derrotas, recriar e fortalecer suas táticas de luta sem sucumbir aos encantos do poder fácil e das alianças sedutoras que destroem as iniciativas originais dos setores subalternos.
Diante disso, refletir criticamente sobre a direção das lutas e os embates que escolhemos travar enquanto classe é extremamente importante. Eis o que Emyly faz nesse livro. Fiel à proposição de Gramsci de que devemos questionar a concepção de mundo da qual fazemos parte como primeiro passo do “conhece-te a ti mesmo”, ela enfrenta o desafio de inventariar as lutas no campo educacional, contribuindo para a realização de uma necessária e urgente autocrítica do período histórico do qual somos herdeiros.
Sugiro fortemente a leitura, mas já adianto que Emyly não faz concessões, portanto, é um texto duro, rigoroso, profundo, que desafia o leitor a interrogar suas mais profundas convicções, exigindo, muitas vezes, sangrar a própria carne…. Contudo, o presente histórico é decisivo: ou damos um passo atrás e fazemos um sério, racional e criterioso inventário de nossas lutas, de seus avanços, recuos e retrocessos, para então podermos avançar dois passos à frente na organização e fortalecimento dos trabalhadores em sua batalha contra o capital, ou estamos definitivamente fritos. Profa. Dra. Luciana Pedrosa Marcassa – Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

Emyly Kathyury Kataoka reallizou sua tese de doutorado sob orientação da professora Luciana Pedrosa Marcassa. O livro pode ser adquirido através do link e o e-book é gratuito: https://lutasanticapital.com.br/products/pre-venda-o-ideario-democratico-e-popular-na-educacao-um-inventario-critico

 

DIVULGAÇÃO: Panoramas da Reprodução Social, do Trabalho e da Educação da Classe Trabalhadora no Brasil, em Santa Catarina e em Florianópolis

26/12/2024 09:30

Os panoramas sobre a Reprodução Social, o Trabalho e a Educação da classe trabalhadora no Brasil, em Santa Catarina e em Florianópolis foram elaborados coletivamente pelos integrantes da pesquisa: A Reconfiguração da Escola diante das atuais Transformações no Mundo do Trabalho (2023-Atual), financiada pelo CNPq. Esperamos que os dados coletados colaborem com outras pesquisas e estudos. Os panoramas abordam os seguintes aspectos:

Reprodução Social: (1) apresentação e metodologia (2) condições de moradia da classe trabalhadora, (3) a alimentação da classe trabalhadora, (4) a saúde da classe trabalhadora, (5) o lazer da classe trabalhadora, (6) o trabalho doméstico não remunerado da classe trabalhadora.

Trabalho: (1) apresentação e metodologia, (2) panorama geral do trabalho no Brasil e em Florianópolis, (3) aspectos do trabalho por segmentos no Brasil e em Florianópolis, (4) aspectos do trabalho de plataformas, (5) aspectos da força de trabalho migrante no Brasil e em Florianópolis.

Educação: (1) apresentação e metodologia, (2) aspectos do trabalho docente no Brasil, em Santa Catarina e em Florianópolis, (3) matrículas na educação básica, (4) número total de matrículas na educação básica – redes estaduais e municipais em período integral e parcial, (5) dados censitários sobre as matrículas no estado de Santa Catarina (2013-2023), (6) dados censitários sobre as matrículas em Florianópolis (2013-2023), (7) número de matrículas no ensino médio em tempo integral e parcial, (8) educação de jovens e adultos – Brasil, (9) infraestrutura e tecnologia

LINK PARA ACESSAR OS PANORAMAS (PDF): https://drive.google.com/drive/folders/1uL7oUlOSsHP1MdEi0itmoxR7hvBmKekS